quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Até quando Zelaya?

O recente episódio hondurenho, que culminou com a deposição do governo e a ocupação da ex-embaixada brasileira em Honduras pelo ex-presidente Manoel Zelaya e sua comitiva precisa ser esclarecido urgentemente pela Chancelaria Brasileira.
Ao permitir a ocupação, queira ou não, o Governo Brasileiro interferiu veladamente em assuntos alheiros aos nossos interesses, contrariando nossa antiga tradição de neutralidade em questões externas. Isto porque, desde a Carta de Rio Branco, a diplomacia brasileira sempre esteve distante das divergências políticas de outros países, se mantendo numa posição de neutralidade, salvo em ações pacifistas
O que me leva classificá-la como ingerência absurda é o fato de que o destino político de Honduras cabe apenas ao povo hondurenho, ao Governo Brasileiro compete apenas obedecer aos preâmbulos constitucionais. Primeiramente porque, ao que parece, as relações entre o Governo do Brasil e o Governo de Honduras estão cortadas, haja vista a posição do Brasil de não reconhecer o novo governo hondurenho, legitimamente eleito pelo voto direto. Segundo porque, em não reconhecendo o novo governo hondurenho, injustificável é a manutenção das instalações diplomáticas naquele país se as relações inexistem
Não bastasse tudo isto, a ocupação da ex-embaixada pelo ex-presidente deposto, incentivado pela conivência do Governo Brasileiro, coloca o nosso país numa situação embaraçosa.
E agora, o que fazer com Manoel Zelaya e sua comitiva?
Afinal, quem irá pagar as contas dessa desconfortável estadia? Quem arcará com as despesas de alimentação, telefones, correios, energia elétrica, etc. da comitiva de Zelaya?
Ora, se as relações diplomáticas entre os dois paises estão cortadas, a permanência da embaixada naquele país é totalmente irregular, logo a permissão de ocupação ao ex-presidente e sua comitiva dissidente é uma afronta à nossa Constituição, danosa ao erário público e deve ser apurada mediante ação própria, buscando a responsabilização dos culpados.
Com a palavra o zeloso Ministério Público Federal.

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